As teorias científicas criaram novas visões do mundo que modificam a concepção do mundo, os valores que damos para as coisas e para as relações com a natureza, com os animais, com as outras vidas, com as outras pessoas, com Deus.
Na realidade, porém, a grande maioria das pessoas, limitada pelas urgentes necessidades da subsistência diária – não tem tempo, nem meios, nem oportunidade – ou pelo senso de inutilidade e cinismo, muitas vezes nem vontade, deixam de refletir e de compreender o significado.
Mas a grande questão é que a humanidade só começou a sua compreensão, se é que realmente compreendeu, muito recentemente.
Não faz tempo que a humanidade tem a palavra e a escrita para a sua expressão e raciocínio.
Não é longa, em relação a toda uma linha de evolução da humanidade, a sua história relatada.
Em relação a esta mesma história, os pensamentos mais profundos da humanidade não são tão antigos.
As idéias que revolucionaram as concepções e os valores são recentes, em relação a esses pensamentos.
Os métodos científicos são tão jovens quanto as Américas recém descobertas, há 500 anos.
Algumas teorias científicas que desafiaram quaisquer sistemas autoritários de dogmas e leis só são conhecidas, ainda por poucas pessoas, há pouco mais de 100 anos.
Só nos últimos 80 anos a humanidade conheceu o universo em sua real e imensa vastidão. E só bem recentemente, há uns 15 anos, as imagens magníficas do universo são reveladas.
Apenas na década de 1670 a distância dos planetas do sistema solar passou a ser conhecida; só em 1830 se conheceu a distância mais vasta das estrelas; só a partir dos anos 20 de século XX se tem consciência da distância ainda mais vasta das galáxias, o tempo da existência do sistema solar e do universo foi calculado, a velocidade da luz reconhecida como limite máximo de velocidade, as temperaturas nos núcleos estelares determinadas e os quarks e buracos negros estudados.
Só na primeira década do século XIX a existência do átomo foi definida em bases sólidas; e só na primeira década do século XX o tamanho do átomo foi medido com precisão e se elaborou a existência das partículas subatômicas.
Foi também em 1670 que se descobriu o mundo da vida microscópica, mas só em 1770 as bactérias foram devidamente estudadas e só em 1890 se detectou a existência dos vírus.
Só recentemente que se conhece a estrutura e a idéia do que sejam códigos da vida, os DNAs.
Mas as ciências e as novas tecnologias já tiveram a experiência de subestimar a vastidão de conhecimentos ainda por vir.
Pensavam que já havia terminado a busca do conhecimento total da humanidade, que podiam conhecer tudo. Era a época em que o otimismo científico determinava o futuro da humanidade. O determinismo estava em alta.
No final do século XIX parecia que a física estava toda completa. A descrição da matéria, descrita e bem estruturada pela mecânica de Newton, e da radiação, descrita pelas equações de Maxwell, teoria do eletromagnetismo, pareciam explicar todos os mistérios do universo.
Mas no início do século XX a física foi marcada por perturbações profundas: a revolução relativista e a revolução quântica.
Quando se aplicou a mecânica clássica e a eletrodinâmica para tentar explicar os fenômenos atômicos e as propriedades da matéria no nível dos microfenômenos, fenômenos que envolvem partículas de massa e de comprimento muito pequenas, obtiveram resultados que estavam em conflito evidente com as experiências já realizadas. Esta contradição entre teoria e experiência indicou a necessidade da construção de uma nova teoria aplicável a novos dados.
Explicando e aplicando as idéias quânticas no estudo dos átomos, moléculas, sólidos, núcleos e partículas elementares para descrever o comportamento, a estrutura e as propriedades da matéria, chegaram conclusões do tratamento probabilístico dos fenômenos, além de fornecer respostas para muitas questões não resolvidas da mecânica clássica.
A tarefa agora é a procura de uma teoria que explique tudo, a relação entre a relatividade geral e a mecânica quântica.
Com o avanço da ciência alguns proclamam o fim iminente da ciência, por que, de novo, pensam que já terminou a busca do conhecimento total da humanidade, que podem conhecer tudo, e ao mesmo tempo experimentam o sentimento de futilidade da busca e o vazio intelectual com as conclusões que chegam, a experiência de subestimar a vastidão de conhecimentos ainda por vir confunde-se com o otimismo científico do futuro da humanidade no início deste século.
Os cientistas querem saber como a vida é possível.
Há 50 anos exploram a vida nas bases da física, a perspectiva da física para entender o problema central da biologia: hereditariedade (ordem a partir da ordem) e como organismos usam a energia para manter-se em equilíbrio ordenado nos termos da termodinâmica (ordem a partir da desordem).
Para a ciência da vida a tarefa é a relação entre o corpo e a mente, objeto de reflexões desde Platão: Quando o corpo sente tristeza, sofre só na mente ou o corpo fica doente? Qual deles é o mais importante?
Como é que alguém é capaz de se recuperar de uma doença tão rapidamente só por estar feliz? Como cultivar essa capacidade de ser feliz? “O coração tem suas razões”, o filósofo pode ter razão.
Os cientistas vão mais além: querem saber como compreendemos.
A chave para a consciência, a origem do pensamento, poderia estar escondida na fissura entre as duas principais teorias da física moderna: a mecânica quântica, que descreve o eletromagnetismo e as forças nucleares, fortes e fracas, e a relatividade geral, a teoria da gravidade de Einstein.
Tudo isso modifica as concepções do mundo.
Os versículos bíblicos são de João Ferreira de Almeida Atualizada, veiculados pelo site www.biblegateway.com ©